quarta-feira, 11 de setembro de 2013


Atrás do véu


A fala emocionada.
O olhar esperançoso.
Veja só! Veja só a delicada Mirian,
Seria mesmo o Mar de Lamurias? não sei.
E parece mais uma tempestade. Dessas de verão, impetuosas
Das que vem de repente e quando se dá conta, já passou.
Mirian, Mirian. a Maria dos Hebreus.
O intelecto apurado
O que esconde atrás do véu?
A perspicácia da juventude
A serenidade da maturidade. Talvez precoce.

E é sutil, a Maria dos Hebreus,
Quando passa não se vê
Mas quando fala, abram alas!
A Senhora, como queiram
Senhora em falar, em pensar, em seu ‘não fazer’
Dizem que em egípcio quer dizer “amada de Deus”
E se for, nem precisa dizer
A amada, a senhora, a Maria!
Mirian, Mirian.
É capaz de calar com um olhar
E como cala a tal da Mirian
Fala. Cala. E quando fala, cala
A voz embarga, o olhar viaja

E enrola as pontas do cabelo nos dedos,
E divaga
É quase grega, forte e calma,
Consternada
E ama a Grécia, a tal da Mirian
E quer ir lá
Como se não bastasse!
E estudar os mistérios da mente humana
Que petulância!
Mas a Senhora, essa que agora
Estuda a História, compenetrada
Apaixonada? misteriosa
E o que será que ela descobrirá quando se estudar
E o que será que falará
E falará?
Na esperança, o seu olhar
A denunciará.
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quarta-feira, 4 de setembro de 2013


Quem você pensa que é?

Enquanto eu pensei em escrever “então você acha que é assim?” percebi que talvez o problema não fosse com você, sim comigo. Tá, eu sei, as meninas disseram que eu te perdi porque eu não soube dar valor, mas nós dois sabemos que foi você quem de repente decidiu desaparecer . Será que eu já passei por sua cabeça alguma vez nas ultimas semanas? será que você esqueceu as risadas por coisas tão ridículas? será que... Ah não quero mais pensar nisso não! Quero que você fique bem, por cinco minutos, e que depois fique tão mal que não saiba pensar em antídoto melhor que eu, que você me ligue de madrugada dizendo que está na porta da minha casa e que quer me ver, só me ver, pra poder dormir melhor... Afinal de contas quem você pensa que é pra deixar corações partidos por aí? você acha mesmo que eu preciso me apaixonar por alguém como você? você é tão idiota, eu odeio o fato de você ter tantos amigos, de ser tão sociável, acho que eu queria que você fosse só meu. Você foi só meu. Mesmo que num instante.E eu, eu queria te ligar te pedir pra voltar, te implorar pra ficar comigo me fazer rir de novo mas, acho melhor não. Melhor não, sabe me sinto meio ridícula quando penso em você, penso que sou quase como aquelas garotas desequilibradas, que perseguem as pessoas, mas sou não! Só quero seu bem, só não entendo como você pode ser tão petulante a ponto de achar que pode sair por ai destruindo corações...

Luna~
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quinta-feira, 29 de agosto de 2013


Falando nele

Não o vejo há um tempo, mas tudo bem, todos os dias acordo com ele na cabeça depois de dormir com ele na cabeça e sonhar com ele durante as noites.Ah tá, não estamos falando nele né! Ok levantei da cama, fui pra cozinha, mel aveia e leite, foi a medica quem indicou, depois inhame, inhame deveria ser proibido, deveria ser banido. Olhei pro relógio e me apressei, afinal de contas apesar de ser domingo eu tinha um compromisso logo cedo.
Já na rua, pensei que Julie riria de mim quando eu contasse pra onde estou indo, talvez Lily apenas balançasse negativamente a cabeça, eu mesma ri. Mas continuei caminhando, aquelas ruas arborizadas me davam um alto astral, algumas casas com musica alta mesmo àquela hora da manhã! Logo que virei a rua vi a pequena porta de longe, sem placa sem identificação, nada. Apenas uma porta. Respirei fundo e marchei. Girei a maçaneta e caminhei lentamente pelo corredor, varias portas cor de mogno, até chegar a uma pequena porta branca com uma maçanete em forma de flor. Entrei sem bater, quatro mulheres me receberam com um sorriso simpático que fiz questão de retribuir, talvez para esconder o nervosismo.
-bom dia – falei
-bom dia- retrucaram em uníssono
-bom, podemos começar então – disse uma mulher mais velha, ruiva de óculos gatinhas e batom roxo, apontando para mim.
-Meu nome é Catherine-pigarreei
-bom dia Catherine– as mulheres repetiram, o que me causou um Deja vù
-bom – vacilei – eu, eu me chamo Catherine e estou há um mês sem falar dele. Tentarei, só mais um dia.
-parabéns Catherine- todas disseram, como autômatos.
Depois de ouvir uma a uma, sai discretamente antes da distribuição de chazinho de cidreira e bolinhos de chuva. Era verão, e a visão daquela mesa em pleno domingo de sol, me deu preguiça,me fez achar que tudo estava errado, até o fato de eu estar ali. E era. Afinal de contas eu mentira, ontem mesmo, tomando vinho sozinha em casa, liguei pra Julie e perguntei por ele, como quem não quer nada, mas ela sabe que eu queria, que eu quero! Decidi voltar pra casa, ao invés de ir à praia como eu havia imaginado. E fui, voltei pro inhame, pra almofadas coloridas, pra mais um dia, pensando e pensando e sem querer pensar em ninguém, e depois de muito pensar, percebi que esse turbilhão era condição que eu me impus, mas depois de cinco minutos tornei a lembrar dele, fui comer chocolate.

-Luna G.
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


"Happy Ends,Happy Hour"


-A gente sempre imagina como vai ser nosso futuro né?
Eu adoraria ser escritora,mas sempre que me imagino escritora, surge uma imagem minha entre os tantos "happy ends" onde me imaginei- em um apartamento cheio de incensos e almofadas coloridas,estatuas de elefantes(com a bunda pra porta que é pra dar sorte) alguns posts de filmes clássicos e bandas de rock, um aparelho telefônico engraçado, e um gato, não. Um gato é tão clichê,um pug. E um porteiro chamado zé.Aí você pergunta, 'e o cara?' adoraria ser mais otimista, mas o cara, é um massagista que vem me ver às terças e sextas, ele é lindo, e eu nem preciso de massagista.


-Eu penso muito assim também, e sabe, mandar desenhar uma torre Eiffel na nossa sala com almofadas coloridas, fazer happy hour na sexta com nossos amigos estranhos, ter sempre uma garrafa de vinho guardada, e viver por um tempo sem pensar em grandes conquistas financeiras, só viver nossas vidas de escritoras promissoras
Teremos nossos casos, conhecer um homem que parece ótimo e descobrir que ele é um Mané, machista, idiota e terminar, passar o fim de semana inteiro de pijama intercalando entre uma xícara de chá, um copo de conhaque e algum doce até perceber que somos muito boas pra ficar sofrendo por esse cara e ai vem a parte boa, nossos desencantos serviram de inspirações incríveis:

-É,mas nem sempre é assim não é? pior é quando esse modelo chauvinista mas,insuportavelmente sexy que tá ali fazendo poses no espelho é um ótimo amante.É como ter que parar de comer chocolate, que faz bem,só que demais é sobra(nesse caso o demais é a inteligencia dele que é de menos). E essas inspirações que você citou é que transformam tudo em uma excitante magia quase palpável.e, ah como seria bom se a nossa imaginação se materializasse...

-Mas uma vez entramos no rumo sentimental, afinal tudo acaba por ai mesmo, E quando esse maldito modelo chauvinista, maravilhosamente gostoso nem é tão idiota assim, e ele ainda tem aquele sorriso de canto de boca, aquele puxão pela cintura! Mas não é só sexo, a droga de tudo é que pra gente nunca é só sexo, por mais feminista que a gente seja nunca é, e ai o que fazer quando mesmo sendo tudo ótimo ele ainda é um cafajeste, ele não é “o cara” ? Minha cara o que nos resta é ouvir música ruim, e ri meio chorando, detonando aquela garrafa de vinho deitada na sala entre as almofadas coloridas.

-É, ele pode até ser ''o cara'', mas inevitavelmente voltamos ao nosso dilema, o homem dos meus sonhos lá na minha cozinha, fazendo panquecas, sem camisa sorrindo pra mim com a barba por fazer, e eu sentada aqui tentando terminar um artigo.Impossível! o cara tá assoviando Caetano na cozinha! Fora daqui,onde estavam os nossos conflitos?ah, chegamos a uma fase que amor é mais o companherismo do que o romantismo em si...alias apesar de
estar escrevendo um conto romantico, detesto coisas piegas.


-Caramba, sem camisa fazendo panquecas e assoviando Caetano? Onde a gente tava mesmo? Ah sim o companheirismo, sempre, sempre mais importante do o fato dele ser sexy e cozinhar pra você, ele vai ter aquele defeito que você não vai suportar, não pode admitir, lembra? Poxa eu detesto mesmo ser tão realista (ou pessimista, como preferir) mas é muito mais forte que eu, mas forte que essa ilusão de ser feliz pra sempre, melhor mesmo é viver intensamente independente do tempo.
Mas que dá vontade de dormir agarradinho, de vestir a camisa dele de noite só porque é muito mais confortável, de fazer amor no chão da cozinha por que foi tamanho o desejo que o quarto parecia em outra galáxia, vontade de conversar de madrugada por que ele ta com insônia, de brigar por que Pavê é muito melhor que pudim, Ah! Só a titulo de curiosidade também detesto coisas piegas por mais que não pareça.

-Sabe o que assusta? que apesar disso tudo esse tipo é mais tempestade de verão, e eu acho que eu quero estabilidade(se um dia que quiser algo relacionado ao amor provavelmente será isso). Quero a sopa de legumes da dona joana que trabalhará na minha casa, e sexo comportado na cama, quero apagar o abajur depois do meu marido-eu ainda estou lendo- mas quero amar, como nunca ninguem amou ou foi amado, e ser correspondida *o que é mais dificil.


-Somos péssimas feminista, esses dias mesmo eu tava pensando em comprar um espartilho, ai eu lembrei o quanto as mulheres lutaram pra se ver livre dele, me senti uma traidora. No fundo eu também quero isso, filhos, um marido que não perca seu charme com o passar dos anos, uma casa com um jardinzinho, uns moveis de madeira bem vintage, mas principalmente um amor correspondido.
Engraçado, nosso apartamento cheio de incensos, nossa vida de desobrigações já me parecem tão distante... A gente sempre imagina como vai ser nosso futuro.

-E apesar de que cada passo que damos nos aproxima cada vez mais do futuro, ele sempre chega sem avisar, e quase nunca sai como planejamos...bom espero que pelo menos a gente ainda goste de bossa nova.



~Luna Gabeira e Andressa Rayanna
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Entretanto, eu tô aqui...

Que engraçado, a gente se conheceu de uma maneira tão banal que eu nunca imaginei que fosse dar no que deu.Você nem era meu tipo e vivia mandando em mim, eu detestava mas secretamente adorava. E como você de repente ficou lindo pra mim, já não importava o que me falassem, você era 'o cara'. Daí você sumiu(não,não subitamente, a gente se distanciou,brigou,desgastou) acabou. Mas esse amor tão erroneamente meu,tá aqui ainda, puta que pariu, isso me lembra aquelas cicatrizes, que de vez em quando pulsam... E adivinhe? eu tô aqui, dividida entre minha vidinha suburbana e todos os sonhos que tive com você(90% vc não conhece) Volta pra mim, me dá bronca se eu nao responder a sua mensagem? ri das minhas crises de ciumes de novo?me diz que fico linda quando tô brava? Apesar de tudo, eu tô no mesmo lugar,de algum modo, te esperando...
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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


Vai ser lindo assim lá em casa...

Putz, como era lindo, lindo lá do jeito dele, com aquele sorriso de canto de boca-ele fazia de propósito, só pode- meu Deus! queria merecer um pouquinho daquele brilho nos olhos dele. Em que será que ele tava pensando? De repente o quis pra mim, só pra mim, desejo mais egoísta de tranca-lo em minha casa, e de vez em quando,mas, só de vez em quando sair com ele, só pra expor às outras garotas,mata-las de ciumes, e dar um beijo de cinema. É,deixa eu ir pra casa, a louça tá me esperando.
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"Saudade Tridestilada"

Você acha que não lembra mais, né? você se anima,se arruma, sai, ri, bebe, dança, até beija e tá tudo bem, mas quando você chega em casa e começa a tirar o salto ainda rindo da queda da sua amiga na pista de dança, seu riso vai esmorecendo, seus olhos escurecem, e você lembra.Daí vai andando automaticamente pro banheiro, faz xixi com as mãos no rosto, você não quer lembrar, não quer sofrer, nem pensar que, enquanto voce estava lá dançando e rindo loucamente, ele tava por aí, com outra garota que não é tão boa quanto você, não faz ele rir como você, que não é tão quente na cama quanto voce. Quem sabe quando ele chega em casa, depois de aturar aquela garota insuportavel com perfume excessivamente doce ele não se lembre de você? De como voce ficava graciosamente linda na camisa dele? ou de como era sexy quando pulava na cama tentando tirar a atenção dele do video game. Ele pensa em você, ele pensa em você.
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"cult de fadas"

"Normal. A gente sonha com um final feliz, daqueles beeem clichês, de conto de fadas mesmo e no fim das contas se vê em um filme 'cult, onde a historia de amor acaba junto com o filme e nos deixa com aquela cara de "paisagem" "cara, eles não vão mesmo ficar juntos? depois de tantas risadas, de tanto sexo selvagem?
Pois é acaba. e não é perfeitinho como nos desenhos, é sofrido como filmes europeus, os mais rasgados dramas da historia do cinema se aproximam mais da nossa realidade do que as coloridas comédias românticas...
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domingo, 3 de fevereiro de 2013


Nutella sem gelo, por favor.

Vai me fazer esquecer, a tal da vodka sempre faz esquecer.Não quero esquecer. Não. Quero lembrar. -Garçom! suspende a Vodka, duas doses de Nutella por favor. L.G
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Emoção, que traidora você me saiu! Me desmente assim na frente de todos, Me faz tomar atitudes ridículas que eu sempre detestei e neguei e nem sei. Martha Medeiros
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mon voyage à Paris

-Querida,levante, arrume as malas. - ouvi ainda meio sonolenta. -Uhmm...Vamos viajar? -Sim,vamos a Paris. -C...como assim? Paris? hahaha vamos sim, vou preparar as malas. -Pra quê malas menina?? -Pra irmos a Paris. -Ok, agora levante, você está atrasada pra escola, só vai poder ir a paris depois de estudar. Mas eu ouvi. juro que ouvi...
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Devaneios

Eu não sei você,mas às vezes me vem um desejo absurdo de ser quem eu não sou. Não, não tô dizendo que quero ser outra pessoa, por isso fica confuso, queria ser alguém que talvez nem existiu,que ficou perdida no tempo, queria que inventassem uma maquina que nos transformasse-mesmo que por alguns momentos- em alguém que adoraríamos ser,alguém interessante, em um lugar perfeito.E esses devaneios só me entristecem por que sei que é uma pena, essa pessoa tão fascinante nunca ter existido...preciso parar com devaneios. L. Gabeira
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